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FALTOU ALGUÉM NO DEBATE!

No dia 30 de janeiro, o Correio Braziliense promoveu o evento ENTRE OS EIXOS DO DF, onde foram debatidos temas como economia, sustentabilidade e qualidade de vida para o Distrito Federal, como dizia a chamada no tradicional jornal da cidade. Entretanto, mais uma vez os moradores desta Capital ficaram de fora do debate. Foram convidados diversos dirigentes lojistas, da construção civil e da indústria, e convidados apenas dois deputados da Câmara Legislativa, legítimos representantes da sociedade. Onde estavam as associações de bairro, as prefeituras comunitárias, e os outros segmentos da sociedade civil, que se debatem há tempos por uma representatividade maior junto ao Governo do Distrito Federal?

Transportes Públicos, Saúde e Educação, que são reivindicações constantes da sociedade civil, se contrapõem a um processo contínuo de dependência dos pensamentos lucrativos dos representantes do setor produtivo da cidade, que tomaram de assalto o GDF. Afinal, os que produzem e sustentam os cofres do governo são os milhares de trabalhadores e funcionários públicos que vivem nesta cidade. Infelizmente as ruas esburacadas, o trânsito infernal e a desordem habitacional se mantêm firmes no famoso quadrado do DF. E a pergunta que vem sempre a reboque é para onde estão sendo direcionados os impostos recolhidos anualmente? O orçamento previsto está condizente com os reclames de sua população?

Ao que sabemos, não é bem assim que funciona uma sociedade. A população de Brasília não necessita mais de tutores, mas sim de governantes que resolvam problemas crônicos em todos os bairros. Pendências que se acumulam, e que vemos não resolvidas ao longo desses 60 anos de sua fundação. Não é só de serviços “tapa-buracos” no asfalto e construção de mais viadutos, que se resolve as mazelas do DF. Onde está a expansão do Metrô para a Asa Norte?

No Lago Norte, cidade bem programada por Lúcio Costa, ano após ano as pendências se acumulam. Diversos alagamentos por falta de escoamento pluvial em inúmeras quadras, sistema viário complicado no início da EPPN, sem solução por falta de um replanejamento do DER, invasão de setores do CA por falta de uma política definida de assentamentos, contribuem para o aumento da desconfiança na administração pública. Afinal, o Complexo Viário Norte veio resolver só parte dos problemas de deslocamento de sua população que trabalha.

Pedidos e sugestões dos moradores lotam os arquivos da Administração. Mas infelizmente não saem do papel. Não há avanço, se somente os “Setores Produtivos” da cidade têm voz ativa, sem que os moradores participem desses debates com respeito, empatia e dignidade.

Claudio Viegas

Lago Norte.

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